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Mar Morto. Quem não se lembra da bonita imagem de um turista flutuando deitado naquelas águas, enquanto lia um jornal? Infelizmente, tudo isso poderá ser apenas mais uma história, das muitas já contadas. Cleópatra, por exemplo, não lhe bastava ser a rainha do Nilo. Tinha também de cobiçar lago alheio. Volta e meia, lá estava ela, buzinando no ouvido do apaixonado general romano, Marco Antônio, para este se apossar da região. Queria, porque queria, ser só ela a usufruir do poder terapêutico das lamas negras que lá havia. Agora, o Mar Morto pode estar quase... morto.
A certeza é que o Mar Morto está cada vez mais curto. E como a chuva é coisa rara na região, sua fonte vai também secando aos poucos. O rio Jordão já não consegue alimentá-lo como nos bons tempos. Mas aí, verdade seja dita, com a excessiva quantidade de terras agrícolas para irrigar, pouca água segue adiante. Por outro lado, medidas de recuperação desse patrimônio mundial esbarram, quase sempre, nas disputas históricas por território, envolvendo Israel, Jordânia e Palestina. Assim, se tudo vier a depender de um acerto político entre eles, talvez o cenário previsível seja mesmo o fim.
A morte pode começar com o desaparecimento da vida desse lago. Os organismos microscópicos que, até hoje, têm sobrevivido a ambiente tão salgado, são agora o principal foco das pesquisas científicas. Suspeita-se que muitos segredos ainda não foram desvendados. Pode ser que existam lá mais espécies além das que se conhece. Portanto, fiquemos atentos ao que a ciência nos dirá proximamente. Há tempos, cientistas da região garantiram que as leis da física seriam suficientes para reequilibrar o sistema. Quem sabe eles tenham mesmo razão e o Mar Morto possa continuar... vivo!
Lendo um jornal no Mar Morto. Até quando?
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