Colheita de algas marinhas em Bali (Indonésia). A alga será o alimento do futuro
O jornal inglês The Guardian publicou um artigo muito interessante, que vale a pena ler. O autor do texto viaja até 2050, vê um planeta com mais 2,5 bilhões de pessoas e pergunta: Como dar de comer a todo esse povo? A ONU (Organização das Nações Unidas) fala em duplicar a produção de alimentos. Mas falar é fácil. Quero saber onde está o mágico capaz de tirar da cartola mais terra arável para a agricultura. Não, o caminho será outro. A nova geração de agricultores terá grandes plantações... no mar. Em terra, fazendeiros praticarão a "micro-pecuária". O quê? Carne que não é carne?
Na verdade, a carne do futuro terá todas as características da tradicional, mas não virá de nenhum animal vivo. Será fabricada em laboratório, a partir de células-tronco. Portanto, é fácil prever que o número de vegetarianos vai aumentar muito nos próximos anos. Esses terão nas algas a base da sua alimentação. As algas marinhas crescem muito rápido e servirão também para gerar biocombustíveis. Se num hectare de terra, plantações de milho e de cana-de-açúcar produzem 3.500 e 8.000 litros de etanol, respectivamente, no mar, a mesma área pode produzir 100.000 litros de óleo de algas.
A nossa sobrevivência dependerá também de novas variedades de plantas. Super cereais, modificados geneticamente ou não, produzirão muito mais grãos e serão cada vez mais resistentes a doenças, pragas e secas prolongadas. Mas o mundo nunca deixará de ser maioritariamente carnívoro e a proteína animal que precisamos não virá apenas da carne artificial. A "micro-pecuária" colocará nos nossos pratos iguarias como gafanhotos, grilos, aranhas ou minhocas. Assim, a humanidade terá um alimento altamente proteico, sem colesterol e rico em minerais como cálcio e ferro. Agora é só esperar por 2050.
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