Estava eu de olhos fixos na televisão, vendo o Jornal Hoje, da Globo, mas com a cabeça noutro lugar, pensando em coisas não muito agradáveis, quando uma linda reportagem me trouxe de volta. Era sobre uma tradição japonesa, o bastante para chamar a minha atenção e deixar os desassossegos da vida para lá. É quase impossível uma pessoa ficar indiferente aos ensinamentos que a cultura nipônica nos oferece. Tudo vem de tempos remotos, trazido por várias gerações, sempre mantendo a essência que os ancestrais criaram. Desta vez, o que me fascinou foi o lado prático do Furoshiki.
Muitos problemas me perseguiam antes daquela reportagem, mas com toda a certeza, nada tinham a ver com sacolas de plástico descartáveis. Em nenhum momento pensei nas 66 sacolas que cada brasileiro leva para casa todos os meses e nem nos 300-400 anos que elas demoram a se decompor. Eram os últimos dias de Dezembro e já chegavam notícias de chuvas fortes e inundações em vários pontos do país. Mas nem me lembrei de todos aqueles plásticos presos nos bueiros das cidades, impedindo o escoamento de água, para desgraça de muita gente. Não pensava em nada disso.
Depois de conhecer essa técnica milenar que, de nó em nó, transforma lenços em bolsas capazes de transportar vários objetos, a minha consciência ecológica aflorou. É aquela consciência que todos têm, mas fica, muitas vezes, escondida atrás de uma preguiça difícil de vencer. As sacolas de plástico são úteis, sem dúvida. Se uma hora trazem as compras do supermercado, logo de seguida já estão levando o nosso lixo para longe. A partir daí é que vêm os problemas. E antes que se agravem, seria melhor ficarmos livres disso logo. Quem sabe através do Furoshiki, apelando à nossa consciência ecológica.
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