26 novembro 2012

O homem supersónico

Fotomontagem, imaginando como seria o salto de Baumgartner, desde a estratosfera
 
Base jumping é aquela modalidade em que os seus praticantes ficam pulando daqui e dali. Mas não saltinhos de dança. Eles pulam de penhascos, pontes, antenas, prédios, sempre aterrissando de pára-quedas. Enfim, essa "brincadeira" é para quem gosta de emoções fortes, de adrenalina, da vida no fio da navalha. O austríaco Felix Baumgartner é o mais louco de todos e o mais criativo também. Já tinha saltado do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; tinha atravessado 35 km do Canal da Mancha, utilizando uma asa portátil, feita de carbono; e agora, veio em queda livre, desde a estratosfera, para ultrapassar a velocidade do som, até cair na Terra... com vida.

Este salto foi preparado minuciosamente, desde 2005. Nos bastidores, uma grande equipe, formada por engenheiros, médicos e meteorologistas, avaliou todos os riscos dessa mega-louca-operação. Na estratosfera, o ponto de ebulição dos líquidos ocorre abaixo dos 36,5º C da temperatura do corpo humano, que é 70% feito de água. Significa que, sem uma roupa com o isolamento adequado, essa água tende a ferver e a morte virá logo a seguir. Continuar vivo dependeria também da posição do corpo no momento do mergulho. Se ele pulasse com o corpo torto e os pés desalinhados, começaria a girar descontroladamente, perderia os sentidos e seria o seu fim.

Por ter subido até lá em cima, Baumgartner bateu o recorde do voo mais alto em um balão tripulado por um ser humano. Foi uma viagem de, mais ou menos, 3:15 horas. Depois vieram os recordes do salto mais alto, desde 39.045 m de altura; e da maior velocidade em queda livre, a 1.342,8 km/h, o que ainda lhe permitiu quebrar a barreira do som. A queda livre durou 4 minutos e 22 segundos e o pára-quedas foi acionado a cerca de 1.615 m do solo. A viagem de regresso durou 9 minutos e 9 segundos. Para a história ficam as primeiras palavras do homem supersónico: Às vezes é preciso subir muito alto para compreendermos o quanto somos pequenos.  
 
A 39 mil metros de altitude, terá sido essa a visão da Terra, por Felix Baumgartner