25 outubro 2012

Tubarões, Cabo Verde e o mundo


O mundo do futebol ficou assustado com o ataque mortífero dos "Tubarões Azuis" à capital dos Camarões. Os "Leões Indomáveis", detentores de 4 títulos de campeões de África, uma medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Sidney e 6 presenças em Copas do Mundo, foram completamente estraçalhados pela fúria desses predadores que habitam as ilhas de Cabo Verde. Todo o planeta está agora em alerta, sobretudo na África do Sul, onde se prevêem novas vítimas. Mas lá, esses insaciáveis "tubarões" deverão fazer apenas uma boquinha. O maior receio é que resolvam atravessar o Atlântico, até ao Brasil, para barbarizar na Copa de 2014.

Foi realmente um feito extraordinário, a qualificação de Cabo Verde para a CAN (Copa de África das Nações), eliminando os Camarões de Samuel Eto'o, que é hoje o maior salário do futebol mundial. Depois de passar por Madagáscar, poucos acreditavam que tão pequeno país, de apenas 500 mil habitantes, fosse capaz de superar um bicho papão de quase 20 milhões de pessoas e a experiência de 5 participações nas 6 últimas edições das Copas do Mundo. Mas a vitória de 2-0 na cidade da Praia mostrou que era possível. No segundo jogo, mesmo perdendo (1-2), Cabo Verde conseguiu escrever definitivamente o seu nome no mapa do futebol mundial 

O arquipélago da morabeza já não será notícia apenas pelos filhos que brilham em clubes e seleções de outros quadrantes. A presença de Cabo Verde entre os 16 países que disputarão a CAN/2013, na África do Sul, dá início a um novo ciclo. Os seus jogadores, ou melhor, os "Tubarões Azuis", vão poder mostrar ao mundo as cores de um país feito de luta e sacrifício, que até já sonha com a presença num Mundial da FIFA. Mas os novos heróis cabo-verdianos podem ainda levantar a bandeira da preservação desses animais tão maltratados e, no entanto, fundamentais para o equilíbrio dos mares. O mundo não deve ter medo deles, dos tubarões.

Tubarões azuis e o futebol de Cabo Verde no mundo

10 outubro 2012

O bichinho da matemática na Índia


Era uma vez um projeto de escola igual a muitos outros. A escola era alemã. Na sala, a dada altura, o professor se lembrou de um tal problema matemático que Isaac Newton tinha deixado sem solução antes de morrer. Mas foi algo dito apenas por mera brincadeira. Afinal de contas, não deixa de ser engraçado haver um enigma com mais de 300 anos de idade e que ninguém tenha conseguido solucioná-lo. Portanto, aquilo não era para ser levado a sério. Só que, entre os alunos, estava Shouryya Ray, um adolescente indiano de 16 anos. E para surpresa geral, dias depois, com a maior naturalidade deste mundo, ele aparece com o problema resolvido.  

A minha sensação é de que tal proeza só podia vir de um indiano. Não sei o que torna a Índia tão especial quando o assunto é fazer cálculos, mas que o bichinho da matemática está no sangue daquele povo, acho que não há dúvida nenhuma. Conta-se que, no longínquo ano 5000 a.C., existiu, nessa região da Ásia, uma civilização extremamente avançada para a época. Esse povo já utilizava sistemas de escrita, contagem, pesos e medidas. Vestígios da cidade onde viveram indiciavam ruas largas, habitações de tijolos com banheiros ladrilhados, redes de esgotos subterrâneos e piscinas públicas. Além disso, construíam canais para irrigação.

Tudo indica que esse povo tão à frente do seu tempo foi completamente dizimado. Mas não a sabedoria! Alguma carga genética, por eles transportada, perdurou através de sucessivas gerações, até os dias de hoje. E este novo gênio, como já lhe chamam os alemães, começou a brincar de fazer cálculos por influência do pai, quando tinha apenas 6 anos. Mas, com toda a certeza, o tal bichinho da matemática já estava presente num subconsciente qualquer, aguardando um pequeno estímulo para aflorar. A partir daí, calcular o percurso exato de um projétil, sob a influência da gravidade e da resistência do ar, foi mais uma brincadeira para Shouryya Ray.    

Assim começa a vida de um gênio da matemática na Índia